Monday, October 23, 2006

Jura!


Não. Não me vou pronunciar sobre a nova série televisiva que tem posto os cabelos em pé (e se calhar mais qualquer coisa!!!) a muito boa gente.
No cantão do Jura, perto da cidade de Vallorbe, a muito poucos quilómetros da fronteira com a França, perfeitamente encaixado num vale em U, situa-se um pequeno parque zoológico, o Jura Park, dedicado exclusivamente a 3 espécies de animais: búfalos, ursos e lobos.
Desde pequeno a ideia de “jardim zoológico” me fascina, sobretudo pelo facto de poder ver, in loco, espécies que dificilmente veria no seu habitat natural, e que apenas conheceria dos livros. Em certas alturas da minha vida, ponderei o facto da crueldade que é manter estes animais limitados a um curto espaço, estressados, enjaulados e alvo de rotinas que nada teriam a ver com a sua condição de animais selvagens. Hoje, porém penso de maneira diferente. Cada vez mais, este tipo de jardins ou parques tendem a criar as condições e os habitats mais próximos dos originais. De facto, tal não é totalmente possível, exigindo-se normas e regras para a segurança, não só dos visitantes, como dos próprios animais, mas a diferença entre a realidade e a ficção, é cada vez mais ténue.
Além deste facto, estes espaços constituem importantes locais para a investigação, preservação e salvaguarda de espécies que em condições dita normais, ou seja, alvo de inúmeras ameaças onde se inclui o Homem, dificilmente sobreviveriam. É por isso uma obrigação Deste, poder garantir as melhores condições possíveis para a sua sobrevivência e sua reprodução. Acresce ainda, o importante trabalho de sensibilização e educação ambiental promovido por estes locais (jardins, parques, quintas e outros) junto da população em geral e em particular nos grupos etários mais jovens.
Especificamente no Jura Park, convive-se “lado a lado” com os imponentes búfalos que correm livres no imenso prado, com os lobos que se espreguiçam, ora ao sol ora na entrada das grutas estrategicamente colocadas na encosta do vale, ou com os impressionantes ursos pardos, que a troco de umas maçãs, largam por momentos o seu sono relaxado e molengão por uma corrida desleixada, trapalhona, soltando uns gemidos aterradores.

Próxima paragem…

Tuesday, October 10, 2006

Na Calheta de São Mateus



Fascina-me o mar.
Os tons, os sons, os movimentos ondulantes, o odor da maresia, e sobretudo os sabores. Adoro peixe e marisco. Na ilha Terceira saboreei o mar em pleno. O cenário não podia ser mais perfeito e adequado. Calheta de são Mateus, uma típica aldeia piscatória situada a poucos quilómetros de Angra do Heroísmo.
O porto anima-se com as embarcações coloridas que ondulam vagarosamente, não sei se o mar as embala ou se elas embalam o mar…
No cais laboram os velhos lobos do mar, amanhando as redes e fazendo contas à faina, entre cantorias, uma cerveja ou um copo de 3. A banda sonora é emanada do pitoresco snack situado junto ao cais, que brinda toda a aldeia, mesmo toda (tal não é o volume do som!), com os sucessos dos populares intérpretes da nação, Quim Barreiros, José Malhoa, Ruth Marlene e muitos outros! Assim, se quebram os dias, longos, madrugadores e por vezes tempestuosos.
Nos restaurantes da povoação, verdadeiros cartazes turísticos, é-nos oferecido um recheado leque de opções. O mar é o protagonista, onde as estrelas são os peixes e os mariscos, todos de primeira!
Na Carta algo se destaca, a novidade e o desconhecido nem sempre dão bons resultados, neste caso a surpresa foi uma boa descoberta… cracas! Um rochoso bicharoco de intenso sabor a mar. Todo o mar regado com um bom verde. O repasto foi tão saboroso que no dia seguinte voltou a repetir-se… Pena no Algarve não encontrar este petisco.

Próxima paragem…