Wednesday, June 21, 2006

Castelo Branco de cara lavada


Conheci Castelo Branco em trabalho, no ano de 1999, aquando da realização dos trabalhos de campo para o Plano Estratégico, Castelo Branco 2020.
Lembro-me do frio gélido que se me entranhava até aos ossos, que me fazia aceitar sem rodeios, os simpáticos convites dos albicastrenses que inquiria porta a porta, para entrar nos seus lares e aquecer-me junto dos aquecedores ou lareiras. Acho que nunca visitei tantas casas como nesses dias. Que histórias tinham… idosos, reformados, viúvas de militares, estudantes universitários, professores, entre muitos outros. Cada um, sua história, e com estas, as memórias, os sorrisos, até as lágrimas… e o frio gélido.
No passado fim-de-semana voltei, desta vez para mais um encontro anual dos ex colegas da Faculdade de Letras.
Castelo Branco mudou, mudou muito, e na minha opinião, mudou bem! O moderno mobiliário urbano, as cadeiras deslizantes, os arranjos urbanísticos na Devesa e artérias envolventes, os espaços verdes cuidados, as esplanadas, tudo parece conviver harmoniosamente com a cidade velha. Os edifícios antigos parecem ter ganho uma nova vida com a roupagem que cobre este renovado Castelo Branco. As cores, as formas, os materiais, ajudam a compor e enaltecer a identidade da cidade. Ela está lá, matriz inspiradora dos coloridos bordados que enchem de orgulho os locais, feitos pelas mãos sábias e experientes das artesãs, e já hoje, também copiados, pela poderosa e cada vez mais próxima China. Bordados de Castelo Branco made in China! É só mais uma a juntar aos bordados madeirenses, aos tapetes de Arraiolos, ao Vinho do Porto e tantos outros produtos nacionais e/ou estrangeiros que naufragam num concorrente, desleal e feroz ataque da globalização. Há maior e mais rápida viagem que visitar um supermercado ou um bazar chinês? Um punhado de euros, e num ápice, o Mundo!

Próxima paragem…

Thursday, June 08, 2006

De braços bem abertos


Podia ser em Almada, mas não é.
Do alto do Corcovado, lá está Ele, o Cristo Redentor, de braços bem abertos a abraçar a cidade, Rio, Rio de Janeiro, a cidade capital do Carnaval. O sagrado e o profano em harmonioso convívio.
A vista, soberba, com direito a montes e vales, Pão de Açúcar e Maracanã, rio, lagoas e mar. Um mar de um azul intenso, mas também branco, cinzento e negro… os prédios, as favelas, as gentes.
No comércio, na restauração e hotelaria, os brasileiros são afáveis, cordiais e servis, por vezes até demais. Não damos um passo sem ouvirmos um “sim senhor!”. Tratam-nos como se fossemos da casa, e como tal, era dispensável a excessiva formalidade. Não condiz com o espírito nem com a imagem descontraída do país.
Devia ser mais calção e chinelo e menos fato e gravata!

Próxima paragem…


Nota: Contados que estão mais de 1000 viajantes, agradeço a todos as visitas, as palavras, a colaboração e amizade que me tem dedicado.
Sem outra pretensão que não seja viajar, sonhar e Viver, espero continuar a ter a vossa companhia nesta aventura, e que esta não termine nunca… é de braços bem abertos que fico à vossa espera para a próxima paragem...