Monday, November 05, 2007

No Século XII


Ghent, cidade localizada a menos de uma hora de comboio da capital belga. A primeira imagem foi de um autêntico “mar de bicicletas” no parque frontal à estação ferroviária. A generalização deste modo de transporte justifica este “mar”, assim como a própria orografia da cidade que facilita o seu uso.
Porém nenhuma outra imagem é mais forte e singular do que a obtida no Graslei-Koornlei, um conjunto edificado medieval, onde se destaca o Spijker, um edifício datado do final do século XII onde se armazenavam e conservavam alimentos para os tempos de fome e miséria. Este conjunto, de uma beleza fenomenal, situa-se na margem do rio Leie. No centro, de forma sobranceira, o relógio da igreja domina todo o conjunto e dita as horas, marcando o passo na manhã, que embora de Verão, teima em esconder o Sol. Nem mesmo o imponente forte Gravensteen rodeado por canais ou o impressionante Meat Hall, ex espaço de talhantes, actualmente reconvertido em centro de exposições, que alberga hoje o principal ponto de venda de artesanato local, maioritariamente composto por peças em barro, cerâmica e bordados, lhe retiram protagonismo. É impossível competir com a elegância e sobriedade do Graslei-Koornlei, com os altos-relevos que adornam as ombreiras das portas, com os telhados geométricos. São apenas meia dúzia de casas, mas são únicas. Graslei significa o local onde se vendem legumes e Koornlei onde se guarda o trigo, esta classificação demonstra bem a importância deste local em termos mercantis, que fizeram de Ghent o mais importante e estratégico porto interior da Bélgica, responsável pelo armazenamento e abastecimento das principais cidades do país.
Não muito longe e com algum interesse, vale a pena visitar o Museu de Folclore. Este apresenta alguns elementos etnográficos e ícones da cultura popular belga, centrando-se a colecção nos trajes tradicionais, nos instrumentos e na tradição oral flamenga.

Próxima paragem…