Thursday, January 18, 2007

Tamerza, dorso de mulher


No final da segunda grande guerra mundial foi abatido um avião britânico, despenhando-se em pleno deserto. Do brutal acidente aéreo resultou um ferido grave. Queimaduras de último grau povoavam todo o corpo do inglês, cujo nome se desconhecia (Ralph Fiennes). Juliette Binoche, ou melhor Hana, dedicada e terna enfermeira canadiana, trata-o e nasce entre eles uma intensa relação de amizade e confidência. Durante a convalescença são obrigados a recolher-se numa gruta. A gruta do mergulhador, assim denominada graças às pinturas que ilustram a sua galeria. É assim, telegraficamente, a história do “Paciente Inglês”, o premiado filme de Anthony Minghella, que arrecadou 9 Óscares em 1997, baseado na obra de Michael Ondaatje.
Grande parte da acção foi rodada na Tunísia. A gruta existe e rasga a enorme garganta de Tamerza. Embora sem mergulhadores, é realmente bela, e nas suas formas arredondadas e perfeitas, há quem identifique o dorso de uma mulher.
Este local já era um ponto obrigatório de visita pela sua grandiosidade cénica, contudo, desde a rodagem do filme, ganhou outra dimensão. São inúmeros os visitantes que querem espreitar e percorrer as pisadas do “Paciente Inglês” por terras tunisinas. Fruto desta procura, realiza-se em redor desta atracção, um mercado onde se podem encontrar desde rosas do deserto, a coloridas túnicas, perfumes ou mesmo animais de estimação tão curiosos como corujas, variados insectos ou répteis característicos e endógenos do Sahara. Fico-me pelas rosas do deserto.
O “Paciente Inglês” não foi uma estreia para a Tunísia nas lides cinematográficas. Antes pelo contrário. Pelas areias e dunas do deserto, pelas magníficas paisagens lunares ou pelos refrescantes oásis, foram já rodados filmes como a “Guerra das Estrelas”, “Indiana Jones” ou “Lawrence da Arábia”. Sem dúvida um historial impressionante.
Rever cada um destes filmes e vislumbrar locais visitados é delicioso. Por momentos sou parte deles, lamentando apenas que as câmaras não acompanhem o sentido e direcção da minha memória visual. Contudo, quando os revejo, fico em vão, nessa expectativa.

Próxima paragem…

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