Friday, January 05, 2007

Tempo de vindimas


As badaladas, a fina areia que desliza na ampulheta, o tremelicar dos ponteiros dos relógios que arrastam certeiramente o tempo. Todos juntos parecem alinhar-se de forma ordeira, qual parada militar onde não há passos errados. Dão-nos as horas.
Ali bem perto, lá no alto e com uma vista soberba para o Leman, cruzo-me com placas que indicam distâncias para paragens longínquas, algumas já conhecidas. Os mantos verdes servem de cama e repasto às cabras e veados que passeiam livremente. Curiosos intrometem-se com os visitantes, que afinal foram lá para brincar e correr com eles. Nas encostas, os fartos cachos de uvas amadurecidos pelo sol, reflectem a sombra de quem os colhe, e bebem a brisa que se espalha e sobe rumo ao Pont d’Oúchy.
É altura das vindimas. Vinha abaixo, vinha acima, alguns persistem na apanha manual do apreciado fruto e na sua transformação no sangrento e aveludado líquido, o tinto. Os suíços não são pródigos na sua produção, mas não deixa de ser fenomenal, como um país que lidera indicadores económicos da maior importância, não despreza nem dispensa a actividade agrícola só por si. Não só a vinha ocupa as margens do lago. Na verdade estas encontram-se totalmente cultivadas, sobretudo com legumes. Na aposta no sector agrícola se fomentam os restantes sectores. Um país não deixa de ser desenvolvido e altamente tercearizado por apostar também neste sector. Nós por cá temos vistas curtas e abdicamos da nossa sustentabilidade a troco de investimentos, muitas vezes furados e nocivos para o ambiente e economia nacionais. Temos grande potencial climatérico, temos Know how!... falta-nos vontade política e iniciativa empresarial. A agricultura não é sector menor, antes pelo contrário!

Acabado 2006. Desejos de muita saúde, paz, amor e viagens!
6, 5, 4, 3, 2, 1…Feliz Ano Novo 2007!!!!!!!

Próxima paragem…

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