Thursday, November 16, 2006

Bruxelas, capital da Europa


Parti para Bruxelas com algumas reservas, com a ideia de que encontraria uma cidade vincadamente administrativa, burocrática e “cinzenta”. Não podia estar mais enganado. Bruxelas é uma cidade cosmopolita, agitada, com vida própria e uma identidade fortalecida pela responsabilidade e carga histórica que os belgas transportam de serem co-fundadores da hoje designada União Europeia, e no orgulho, sentimento profundo e assumpção do que verdadeiramente é “ser europeu”. Lembramo-nos a cada passo que estamos na “capital” da Europa, não só pela proliferação de bandeiras azuis adornadas com doze estrelas amarelas, mas pela diversidade de nacionalidades e raças que se distinguem nas ruas, dando um colorido multilingue que engrandece e muito, o espírito e a riqueza cultural belga.
Na espectacular Grote Markt, dominada pelos grémios datados do séc. XVIII, sobressaem as esculturas douradas que as encimam e acentuam o seu brilho. Distingue-se porém a Maison de Ville que com a sua torre esguia, é avistada de quase toda a cidade. Nesta praça, realiza-se a cada manhã um mercado de flores, às quais nos domingos se juntam inúmeras gaiolas com pássaros, cujo chilrear ajuda a criar um ambiente quase cinematográfico.
No coração da cidade os sentidos fervilham. O cheiro dos gauffres mistura-se com o do cacau que emana das cerca de duzentas chocolaterias que se concentram em torno da Grote Markt, onde é possível comprar chocolates de todas as formas e feitios. Nas esplanadas quase sempre a rebentar pelas costuras, divulgam-se as mais diversas variedades de cerveja, cuja vasta oferta torna a escolha bastante difícil! Estar numa esplanada a saborear uma cerveja e a petiscar uns mexilhões, constitui mesmo uma obrigatoriedade por estas bandas, não só pelos turistas como pelos residentes… difícil mesmo é conseguir um lugar sentado.
Em Bruxelas é quase impossível não nos cruzarmos com algumas das personagens de Hergé, que espreitam nas montras das lojas, como a convidar para que as transportemos para mais uma aventura. Obviamente que Tin Tin, Milu ou os irmãos Dupont e Dupont se encontram em primeiro plano e numa variedade quase interminável de artigos.
Referência em Bruxelas é a pequena fonte com o Manneken Pis, o “menino” que representa a irreverência dos belgas. Este é trajado diariamente com as fatiotas mais ridículas, operação de marketing da responsabilidade de uma movimentada casa de souvenirs estrategicamente situada ao lado da fonte. Numa viagem a esta “cidade do Mundo”, penso que será dispensável visitar tal “menino irreverente”, procurem vocês, outros símbolos na urbe. Não é difícil!

Próxima paragem…

3 Comments:

Blogger Cusco said...

Olá Aquiles obrigado pela visita da qual um pobre cão se julga tão pouco merecedor.
Realmente procuro o Zorbas e o Zorbas é um gato. Sei que é um gato porque o meu dono me disse. Diz que é um gato personagem de um livro muito famoso e se o meu dono diz é porque é verdade porque de livros percebe ele…
Porém não me quer dizer onde o posso encontrar diz-me para cuscar e perguntar por aí.
Daí este meu pedido de ajuda..Já perguntei a muita gente mas o pessoal lê pouco, dizem que isso já não se usa.
Quanto ao dicionário aceito e sugiro: Vamos pedir ao Pai Natal (vá lá pode ser ao Pai Natal) um dicionário enorme, enorme, capaz de emprestar a muitos, muitos milhares de mais necessitados que o Aquiles e o Cusco.
E atenção p.f tenta descobrir-me o Zorbas….

Latidos cordiais

3:57 AM  
Blogger Cusco said...

Obrigado Aquiles. Fiquei extremamente feliz pois era exactamente esse o gato que eu procurava, e a tanta gente que eu procurei!
ufano e todo vaidoso fui dizer ao meu dono que já sabia quem era o Zorbas e onde o podia encontrar.
Então não é que o meu dono se farta de rir e me diz que esse gato já morreu e que o Luís Sepúlveda tem outra história em que relata esse acontecimento vivido na companhia dos filhos.
Será que também me podes ajudar a descobrir qual é?
Antecipadamente grato,

Latidos cordiais


(andas por lugares muito bonitos, é passeio ou trabalho?

7:30 AM  
Blogger Cusco said...

O cusco esteve a ler todo o teu blog hoje com muita atenção e cusquice .
Parabéns escreves muito bem. O texto sobre as mães negras está espectacular.
Lembrou-me logo um poema que termina assim:

Enquanto na senzala
Batiam no seu amor
Mãe preta embalava
O filho branco do Senhor..

Vou viajar contigo mais vezes se me permitires

Cordiais Latidos

(Não gosto do titulo Senhor do chá)

8:08 AM  

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