Friday, December 15, 2006

Manto branco, Monte Branco


O frio chegou e já se faz sentir. Veio para ficar.
Completamente “enchouriçado” com casacos, gorros, cachecóis, luvas… vagueio cortando o vento que parece gelar cada extremidade do meu corpo. O nariz constitui um excelente termómetro e indicador da temperatura que se faz sentir. Está mesmo frio! A ponta do nariz enregelada testemunha isso mesmo.
A cada metro que subo sinto o corpo arrefecer. Os ouvidos começam a dar sinal da pressão. Após duas paragens chego ao ponto mais alto acessível por teleférico. 3842 m de altitude. Estou no rochedo, Aiguille du Midi. A vista é soberba. Os meus olhos estão completamente cheios! Maravilhados! A brancura quase me cega. Sobre o monte, estende-se um grande manto branco onde teimosos, os raios de Sol tentam entrar. É escusado, a neve perpétua (ou eterna) apenas os reflecte. Retém a intensidade, luminosidade e brilho que não chega para aquecer ou derretê-la. Está mesmo muito frio.
No horizonte elevam-se cumes recortados, cada qual o seu nome, destaca-se o Monte Branco, o gigante francês, mas também o Monte Rosa e muitos outros. Geografias bem vivas: Moreias, Cavalgamentos, Anticlinais, lagos em rosário, estruturas imensas e espectaculares.
Nas encostas, aqui e ali, aventuram-se alpinistas e desportistas amantes dos desportos de Inverno. As caminhadas requerem equipamento próprio, experiência e guia. Não me atrevo fora dos trilhos. Antes de descer, tempo ainda para espreitar o apartamento de gelo, fresquinho com certeza, mas nada acolhedor. Não me convence!
Desço repleto de emoções e boas sensações. Sinto-me leve. Os sentidos estão completamente aguçados. Gosto da altitude, o “estar lá em cima”, o “poder olhar para baixo”, o sentir da imensidão, um mar de neve em tudo que os olhos alcançam tendo o céu como limite. Frio e fantástico.

Próxima paragem…

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