Thursday, February 08, 2007

Mérida, a romana


Foi fortíssima a presença de inúmeros povos por terras ibéricas. Os vestígios encontram-se a cada passo. Espanha foi particularmente bafejada pelas heranças deixadas por estes. Ao mesmo tempo tem realizado um trabalho evidente ao nível da conservação, perpetuando-as até aos nossos dias, carregadas de histórias, memórias e vivências.
Mérida constitui um excelente exemplo, testemunho de uma gloriosa e próspera marca romana, definida num conjunto de grandiosas edificações.
A máxima “pão e circo” encontra-se aqui bem reflectida. Além dos espaços de trabalho, fruto da prosperidade económica do império, nomeadamente os tanques de salga e as vias e pontes que circundam a cidade, encontramos espectaculares locais de lazer. Teatro, anfiteatro, circo, saunas e jardins. Os primeiros fascinaram-me pela imponência majestosa, pelo enquadramento cénico, pelo ambiente misterioso. Hoje em dia estes espaços acolhem festivais de artes performativas, dança, teatro, novo circo e concertos. A cada festividade revive-se os tempos de outrora, é o apogeu numa das grandes cidades do império romano. Adivinham-se movimentadas correrias, carros que se cruzam, gente apressada, cândidas túnicas, perfumes doutras paragens, repastos de fazer inveja aos deuses! Tudo isto é mais ou menos verdade, mas as vias são outras, os transportes também. Mantém-se porventura, as roupas aprumadas, os perfumes seleccionados e os menus requintados.
Valoriza-se o património, enriquecem-se as pessoas, estimula-se a fruição dos espaços, a sua conservação, fomenta-se a cidadania. A forma como se lida com o património diz muito da identidade de um povo. Neste aspecto, os espanhóis dão cartas, valorizando-se exacerbadamente, por vezes até demais. Temos algo a aprender.

Próxima paragem…

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