Mães negras
À sombra no quintal, as velhas descansam.
Conversam, riem, choram… A idade pesa e a vida não lhes foi fácil.
Com simpatia acolhem as “boas tardes!”, respondendo e acenando prontamente.
Deixo-me ficar para dois dedos de conversa. É esta que anima os dias, na calma serena de Santa Maria do Sal, ajudando-os a passar, devagar, devagarinho, empurrados pelo vento que teima em ficar.
Cada ruga uma história. Rugas, testemunhas e marcas da solidão, experiência, sabedoria e insularidade. São vidas de sal, literalmente de sal e do Sal.
Os lenços escondem os cabelos brancos, que juntamente com as batas dão vivacidade à tonalidade negra da pele. O casario, também ele colorido, ganha expressão com tão dignas presenças, as matriarcas da ilha.
Nas ruas, os miúdos correm desenfreados, num chinfrim sem igual.
“É assim todos os dias! Até gostamos… ajuda-nos a passar o tempo. Por vezes sentam-se connosco e pedem-nos doces! São uns malandros, terríveis!... São crianças!”
Encontro intergeracional, troca salutar de vivências, experiências, brincadeiras e mimos.
Próxima paragem…
1 Comments:
é verdade o que seria de nos neste mundo de brutos se o rir das crianças não existisse!
cumprimentos.
M.G.
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