Wednesday, May 03, 2006

Sobre o Tejo


As águas do Tejo já não são claras como outrora.
Turvas, seguem no seu leito até beijar o mar.
Também o sável não povoa como dantes o grande rio, o mesmo que antes, dava de comer a numerosas famílias, que provenientes de vários pontos do país, elegiam o vale do Tejo para se fixar e viver. Aqui viviam única e exclusivamente deste, os homens na faina e as mulheres, nas margens, trabalhavam as redes e amanhavam e cozinhavam os peixes, base da alimentação local.
Sobre o rio erigiam as mais emblemáticas construções da região, os bairros dos Avieiros, os pescadores do Tejo, fronteira natural entre o Norte e o Sul do País.
Aldeias Palafitas com casas de madeira amontoadas engenhosamente e sem critério, quase como brinquedos, verdadeiras esplanadas sobre o rio.
Sombras do que eram, os bairros dos Avieiros guardam a memória das águas e das gentes. As madeiras apodrecidas, poucas ou nenhumas famílias abrigam. Hoje apenas servem para guardar os apetrechos dos resistentes que ainda se aventuram nas águas turvas e menos providas do Tejo. Já não se come só do Tejo…
Visitei um dos bairros, na Póvoa de Santa Iria em 1997, na clássica visita do primeiro ano da cadeira do Prof. Jorge Gaspar do curso de Geografia da FLUL, aos portos fluviais do Tejo. Muitas paragens, muitos espelhos de água, muitas peripécias e laços de amizade fortalecidos.
Já lá vão quase 10 anos, e as águas do Tejo lá seguem cada vez mais turvas, mas sempre, sempre inspiradoras.

Próxima paragem…

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

"Parabéns pelo seu blog.Textos interessantes sobre diversos temas.Uma expressão escrita excelente".

A proposito do Tejo;é verdade que apesar das suas aguas turvas o Tejo sera sempre inspirador e dara sempre uma beleza excepcional à nossa capital.
Cumprimentos

11:52 PM  

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