Peniche, da faina e do mar
Terra de mar e maresia, de gente brava que enfrenta diariamente os desafios e aspereza da faina, da actividade piscatória, imagem da afável cidade de Peniche.
Do porto de abrigo, partem os barcos coloridos para a pesca, em busca do sustento e do pão. Os tempos mudaram, são cada vez menos as embarcações e os homens no mar. As quotas de pesca, os limites de captura de algumas espécies entre outros factores, motivam essa situação. O próprio mar já não é o mesmo. Longe vão os tempos em que a faina dava de comer à cidade, havia peixe para “dar e vender”, hoje contam-se os quilos, declaram-se na lota e é cada vez mais difícil “passar” peixe, muitas vezes, fonte suplementar de rendimento para as famílias da terra.
As iguarias cozinhadas com peixes são o prato forte da cidade. Caldeiradas, arrozes, massadas… uma delícia! Locais para as saborear não faltam, tal não é a oferta de restaurantes na cidade, sobretudo junto ao canal, verdadeira montra da gastronomia local. Perante tanto apelo, a escolha não é fácil, o melhor é seguir o olfacto… após o almoço, para ajudar na digestão, nada como uma caminhada pelas ruas surpreendentemente alinhadas, na original e perfeita planta ortogonal da cidade.
Peniche ficará para sempre, na história contemporânea portuguesa, associada ao facto de ter acolhido no seu majestoso forte debruçado sobre o mar, uma das mais importantes cadeias politicas da antiga ditadura salazarista. A importância derivou é certo, de alguns dos prisioneiros, nomeadamente do mediático Álvaro Cunhal, protagonista de uma heróica e cinematográfica fuga, imagem da contestação política ao regime, então instaurado.
Durante a sua “forçada” estada no forte, Cunhal desenvolveu um apurado sentido artístico, constatável na colecção de desenhos, vincadamente políticos, que integram o espólio da colecção permanente do forte, juntamente com correspondência, poesia e outros artefactos. A visitar.
Próxima paragem…
2 Comments:
Então e o famoso Bar do Jonas??? As coisas que uma pessoa faz naquele bar!!! Heheheh
É só passear!...
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